terça-feira, 13 de julho de 2010

Eu quero uma casa na Rússia...



Ela está sozinha. Sentada e sozinha. Aliás, sozinha não! A inexorável companhia da vodka com gelo a conforta. É, é pura mesmo. Já fez tantas misturas em sua vida, com tantas companhias diferentes que hoje ela é pura e sozinha como a bebida suave que desce por sua garganta presa. - "Eu queria morar na Rússia..." - Divaga. Gosta tanto deste entorno que queria uma casa no lugar onde ele é mais famoso. De preferência, bem perto de uma fábrica qualquer. Bom, sua pobre vida não passou de entornos. Engraçado é que em praticamente todos os momentos, a pobre bebida branca foi sua única e verdadeira amiga...
O fato de estar sozinha lembra sua época de solteirice na adolescência, quando ela bebia música e Ice. Muitos beijos, "paixões para toda a vida" e caipirinhas depois, ela se viu na vida adulta - a pior e a melhor fase de toda mulher. 
Entrar no movimento "Sexo, drogas e Rock 'n Roll" durante a Faculdade foi fácil, com a ajuda de uma boa taça de Metropolitan, isso, bem adulto. Queria ser Samantha Jones de Sex and the City. 
Depois, a sobriedade. Começou a trair seu precioso líquido transparente com Bourbons, lúpulo, Gin (seu amante favorito...), mas continuou só, sozinha. Muitas desilusões amorosas, muitas festas, muitas farras, muita bebida, muita luxúria, muita misogenia, muita androginia, muita falácia, muita informação, muito tudo. Decidiu acabar de vez com essa espalhafatosa vida. Não teve coragem, não pelos amores, pelas paixões, pelas ardências ou pela idéia bonita que é o viver, mas sim, pelo prazer de molhar a garganta seca sempre com um belo toque de álcool.
Se arrumou, se produziu, deu a volta por cima, fez aquele telefonema, sentou à mesa do bar e pensou - "Eu queria morar na Rússia..." - Pediu uma boa dose de vodka, pura, sem gelo. Noite desperdiçada, vida desperdiçada. Passou o resto do luar ali sentada, sozinha. Não havia constrangimento. Ela ria, não sabia se a bebida a significava ou se ela que significava a bebida, teria valido a pena aquela noite? Para os desiludidos, bêbados e boêmios que desfrutavam de sua bela companhia, não. 
Para ela, não importava o encontro perdido, o batom usado, o perfume acabado... Que alegria ela sentia! Bebia vodka!


Em Homenagem, aí vai Diablo Swing Orchestra com Vodka Inferno:






Vodka Cowboy: Simples e Descomplicada


CCC a Todos!


Um comentário:

Anônimo disse...

Sweet Child O' Mine!